não quero ser almoço do urubu que vi lá fora.
não antes de dizer tudo o que penso, rir o quanto quero e ter o coração apertando de saudades.
não posso ser seu alimento antes de ter engolido o mundo e vomitado tudo outra vez.
se tens o céu, porque gostar tanto de vir pra terra comer?
o céu tão desejado por nós. nos mata de inveja e depois nos come!
urubu, sai da minha frente, que o céu já tenho.
vou buscar a minha gente pra zombar do teu bico sujo. que o céu juntos conquistamos.
vai rir em outras bandas, vai esperar comida em outro canto.
aqui a meninada caça e vive na desgraça do desencanto.
vai urubu, solta essas asas, espanta essas nuvens.
deixa de ser esse bicho tonto que não gosta de aventura.
para que a morte esperar?
vai, urubu, vai!