Piracicaba

Entre cometas que inundaram a Terra de inumeráveis belezas, vulcões que durante um milênio alimentaram com calor as planícies, somos levados ao ar, carregados por bolhas flutuantes de algodão doce e levamos em nosso sublime vôo teorias filosóficas desses Sócrates ou Aristóteles, sem culpa alguma de ter nascido no meio do canavial. Ao imaginarmos um mundo novo, o construímos na dimensão das palavras e podemos tocá-lo, sem muito esforço, assim como se pode fazer com o ar longe do vácuo ou o amor que se tem um pelo outro.
Se nos condicionaram a ter tais memórias, lambo os lábios para me deliciar com elas. Que condição magnífica me designaram! E quando se dá conta de que muito tempo já passou desde que fomos viver no mar, pulamos de felicidade, exaustivos boiadeiros desatolando seus bois no lamaçal. Mas quando a alegria já não suporta e as lágrimas fogem dos olhos, enchemos de saudades um rio onde peixes param para ver, descrentes, as magias de um povo que inventa e desinventa a doidera que é viver. Infinitamente.

2 comentários:

Unknown disse...

ca-ra-le-o!

Felipe Sampaio disse...

ca-ra-le-o!²

lindo cu. escreve um livro. sério!