Estou desnuda ao caminhar pelas ruas. Meus olhos são seus, se você passa. Se não passa são de todos. Meus pés descalços pisam fundo nos cacos e sangram, que prazer sinto. Sou dor. No passo seguinte é um vazio no chão. É o infinito e a queda brusca. E como amo o medo. A queda. Meus lábios tremem de pavor. Seu corpo é frágil. Ë forte. É pintado de cinza. Pintado de amor. De pavor.
Sua nuca molhada, seu cabelo frio. Nada é meu, mas sou completa. O que resta não importa. O que é. O que tem, não quero. Sou. Meus pés se perdem. Meu rumo muda outra vez. São outros olhos, outra boca. É outro pavor. Em meu sangue corre o tesão pela vida. E corre a vida. Corre. Ando nua.
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