O ônibus parou. Faz uma hora. Estático. Mudo. Faz duas horas. O motorista não pode abrir a porta tão longe do ponto. Ponto, exato, brusco, inventado. O homem de camisa branca sua. Leva em mãos uma sacola rota. De plástico. A camisa esta amassada. Tem bem marcado o calor. Suor. De tempo em tempo seca o rosto com a manga. É toalha. Suja. Inventada. O homem inventou o motor. Duas horas e vinte. Suou. O carro. A camisa. A manga. A toalha. Inverteu. Perdeu o sentido que a roda quis dar. Perdeu porque quis. Forçou. Insistiu. Curiosidade. Em sua sacola uma lata e um maço de cigarros. Suas mãos semi-escondidas. Manga. Toalha longa. Treme. Sua. Bate. Nunca róe unhas. Unhas lindas. Limpas. Dedos longos que se movem sem parar. Parar. Nunca. Quer descer. Quer andar. Os pés falam. Imitam os pensamentos, denunciam. Três. O sapato é como a sacola. Leva. Eleva. É sujo. Roto.
Um comentário:
muito bom.
escreve um livro. eu compro.
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