Estou tão fora de tudo isso. Desse mundo estranho, dessa gente chata. Tão fora, que acabo por saber que sou eu a estranha dessa história toda. E eu que amo tanto, sei que amor nao basta. Sou cheia demais. Cheia de desespero. Cheia de falta de coragem. Sem cacife algum para dizer simples NÃO. Sou rara. E sei que assim ser nao melhora nem resolve nada. Me pergunto. As perguntas me perguntam. Estou cansada. Sou cansada. E eu não me esforço. Nem quero. Me acostumei. São 20 anos. Foram todos assim. A vida é intensa. É imensa. É sem fim.
Esse caminho torto ainda me levará até mim. E nesse dia gozarei alegria. Serei, enfim, desmascarada. Será transparência, brancura e paz. Espero. Navego nesse barco que vai por um rio manso. Mas mansas não são suas tempestades. Passe logo, trovoada louca. Passe e derrube o mundo, mas aqui ainda estarei. Sobre esse barco raso ou sob essa água mansa, aqui estarei.

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