o silêncio dói. havia esquecido como era. primeiro vem o furacão, seguido d'uma tempestade doida que te tira do chão, te derruba outra vez e nunca te devolve ao mesmo lugar. depois vem o silêncio. aquele silêncio que é capaz de se fazer ouvir. silêncio quebrado pelo pranto, pela dor do que já passou. a força que se faz para suportar é a mesma que te deixa no chão.
..................quando o peito sossega e o coração não aperta mais, levantamos, trêmulos pela água gelada - ou pela falta de energia - e tentamos olhar para frente como se o futuro fosse um espelho no qual vemos, cheios de desgosto, nosso próprio rosto ferido.
Piracicaba
Entre cometas que inundaram a Terra de inumeráveis belezas, vulcões que durante um milênio alimentaram com calor as planícies, somos levados ao ar, carregados por bolhas flutuantes de algodão doce e levamos em nosso sublime vôo teorias filosóficas desses Sócrates ou Aristóteles, sem culpa alguma de ter nascido no meio do canavial. Ao imaginarmos um mundo novo, o construímos na dimensão das palavras e podemos tocá-lo, sem muito esforço, assim como se pode fazer com o ar longe do vácuo ou o amor que se tem um pelo outro.
Se nos condicionaram a ter tais memórias, lambo os lábios para me deliciar com elas. Que condição magnífica me designaram! E quando se dá conta de que muito tempo já passou desde que fomos viver no mar, pulamos de felicidade, exaustivos boiadeiros desatolando seus bois no lamaçal. Mas quando a alegria já não suporta e as lágrimas fogem dos olhos, enchemos de saudades um rio onde peixes param para ver, descrentes, as magias de um povo que inventa e desinventa a doidera que é viver. Infinitamente.
Se nos condicionaram a ter tais memórias, lambo os lábios para me deliciar com elas. Que condição magnífica me designaram! E quando se dá conta de que muito tempo já passou desde que fomos viver no mar, pulamos de felicidade, exaustivos boiadeiros desatolando seus bois no lamaçal. Mas quando a alegria já não suporta e as lágrimas fogem dos olhos, enchemos de saudades um rio onde peixes param para ver, descrentes, as magias de um povo que inventa e desinventa a doidera que é viver. Infinitamente.
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