Do meu diário de viagem...

Cancun, MX, dezembro de 2007.

A rosa.

Ledo engano do destino forçar o encontro de dois corações tão diferentes numa mesma casa azul.
De brincadeira aprenderam a se gostar. Ele, de atitudes adultas, só presenteia quando o coração permite. Ela, criança nos sentimentos, adora dar presentes pelo puro prazer de ver a reação de quem os ganha. As vezes nada significam, as vezes são declarações, cabe a quem ganha adivinhar.
Mas naquele dia, o coração do menino disse sim. Passeando pelas ruas centrais de Cancun, viu passar um vendedor de flores. Levava rosas de todas as cores em uma cestaria típica mexicana e estampava as ruas com seu rosto indígena e seu cabelo liso e extremamente escuro. O garoto escolheu uma bem vermelha e, como de costume, pechinchou. Tomou a rosa em suas mãos e em seguida a passou para as mãos da garota. Arrependido pelo fato de ter querido economizar no presente, lhe pediu desculpas verdadeiras.
Ela, encantada pela ação, amou a rosa e o momento como nunca.
Dias depois iriam se separar, ela continuaria a viagem, ele voltaria para casa. Ao se despedirem as palavras de amor dele foram:
"Não jogue comida fora, economize dinheiro e tenha cuidado"
Ela, sem responder, lhe deu um abraço seguido de um beijo, aliviada por não ter mais que segurar sua alma quando ela queria voar. Ele voltou para seu mundo em busca de amores pechinchados. Ledo engano do destino juntar um coração empresário e um outro repentino.

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