Corpos robustos cercados por uma pele lisa e intensamente negra enchem suas areias brancas. Vejo contrastes por todos os lados.
Passa uma ambulante - ela vende saídas, é negra, bem negra - peço para ver uma canga, invento essa aproximação, quero tocar a pele da moça. Me levando para, supostamente, ver e sentir os tecidos e as estampas, mas o tecido que me interessa ali é sua epiderme - tão robusta quanto ela.
Entre uma pergunta e outra rimos por um comentário divertido, percebo minha chance, aproximo rapidamente minha mão, meus dedos e, finalmente, toco seu braço como que para completar o riso. Sinto sua força e delicadeza na pele mais macia que já toquei. Inesquecível!
Driblo suas ofertas, invento não gostar de estampas e cores, ela vai embora. Eu já conquistei o que queria: a sensação, o toque, o momento.
Fico ali tocando meus próprios dedos, sentindo minha estratégia egoísta de aproximação e dispensa.
Olho seus corpos negros. Quando deitam na areia, levantam de outra cor.
Eu sou da cor da areia, não posso ser camaleão.
Um comentário:
fala sério, da onde você copiou isso? que raiva de ti! hahah, tá demais!
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